Este livro, assinado por Michel Maffesoli e Hélène Strohl, em tom de panfleto, é um disparo de metralhadora giratória contra todas as hipocrisias intelectuais: conformismo, politicamente correto de conveniência, privilégios do serviço público francês, que lembram em quase tudo as vantagens de setores do serviço público brasileiro, compadrismos de todos os tipos, mediocridade generalizada, publicações requentadas, marxismo de coquetel, agências governamentais de avaliação universitária controladas por tribos e com critérios variáveis, duplicidade de discursos de acordo com os públicos, internos ou externos, blindagem contra críticas, busca de midiatização a qualquer custo fingindo desprezar a espetacularização, etc. Tudo está nestas páginas de quem conhece o assunto e nada teme.
O microcosmo francês, especialmente o parisiense, é dissecado como um animal em laboratório. Essa experiência sugere comparações com o que acontece em outros países. O universo intelectual surge como um mundinho sórdido de disputas rasteiras, de armações, de golpes baixos, de tramoias, de paixões e ódios, de vinganças e de articulações, sempre apresentadas como normais, neutras, até de sacrifícios pessoais, ou de simples coincidências, pelo controle de cargos, comissões e espaços de exercício direto ou indireto do poder. O conformismo dos intelectuais é um dos valores mais universais.
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